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   R. dos Condes, 2-20

Urbanismo: "suspense" no Odeon por decisão municipal

LUÍSA BOTINAS


Um grupo de pessoas constituído por Paulo Ferrero, Nuno Markl, Rui Pereira, Pedro Fonseca e Carlos Marques está a sondar o sector bancário, com vista a um eventual empréstimo para aquisição do velho cinema Odeon, na Rua dos Condes, em Lisboa.

Todos ligados à organização de ciclos de cinema, produção cinematográfica e de espectáculos, propõem-se "recuperar o Odeon para a exibição de cinema, encenação de peças de teatro, recitais, seminários, e ainda, converter a cervejaria e a tabacaria anexas em ciber-café e ponto de venda de artigos de cinema".

Em termos de programação, a associação cultural Zero em Comportamento (representada por Rui Pereira) assumirá a responsabilidade de "promover ciclos de cinema - independente, curtas, inéditos e festivais".

De acordo com Paulo Ferrero, o projecto "foi entregue à Câmara Municipal de Lisboa para apreciação e aguarda resposta". A ideia é conseguir uma parceria com a autarquia para, conjuntamente, "comprar, reabilitar e viabilizar o cinema".

O aproveitamento de sinergias poderia ir até mais longe e, de acordo com Paulo Ferrero, a transformação do Odeon em centro de actividades culturais também poderia "induzir" a pedonalização da Rua dos Condes".

Os objectivos da iniciativa apontam para a "potenciação do velho Odeon como pólo cultural junto das forças vivas da zona, tendo em conta a necessária recuperação do edifício, em vias de classificação pelo IPPAR, como imóvel de interesse público".

O restauro do espaço deve, no entender de Paulo Ferrero, "respeitar integralmente o passado, mas tendo em conta as novas tecnologias".

Remonta a Março de 2001 o interesse deste grupo pelo velho Odeon. A intenção de o transformar em "novo Odeon" surgiu depois de os seus elementos constatarem "o estado deplorável em que a sala de cinema se encontra" e decidido que "é preciso fazer algo por ela".

O cinema de série B e de aventura constituíram o forte desta sala, com quase 80 anos. Com capacidade para 500 lugares, o Odeon registou êxitos de bilheteira com filmes e peças de teatro. Clássicos do mudo e do sonoro, do preto e branco e a cores passaram pela tela do Odeon que nos nos últimos anos de vida útil de exibições entrou em decadência, especialmente na fase dos "western spaghetti". Laura Alves e Hermínia Silva foram algumas das artistas portuguesas que pisaram o palco daquele espaço.