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   R. dos Condes, 2-20

Projectos de Reanimação do Cinema Odeon Apresentados à Câmara de Lisboa
Por FERNANDA RIBEIRO
Publico / Local Lisboa, Segunda-feira, 25 de Março de 2002

Hotel, teatro ou pólo cultural

Santana Lopes vê com agrado proposta de Filipe La Feria

FotoFechado há muito, e envolto num cenário de algum abandono, o cinema Odeon, propriedade da sociedade Parisiana, está à venda há mais de um ano, havendo entre os potenciais interessados quem já tenha apresentado projectos à Câmara Municipal de Lisboa.

Entre esses projectos para o local, com perto de 80 anos de existência e situado ao lado do cinema Condes, constam dois já publicamente referidos pelo presidente da autarquia, Santana Lopes: um que prevê alteração de uso e visa transformar o antigo cinema num hotel e outro, apresentado ao autarca por Filipe La Feria, que prevê o aproveitamento do edifício para teatro, "criando ali um polo associado ao Politeama", de acordo com o autarca.

Entre estas duas ideias, Santana Lopes diz preferir a utilização do Odeon como teatro. Mas ainda há um terceiro projecto que também já foi apresentado à autarquia e que prevê a reanimação cultural do edifício e da zona onde se insere. Trata-se do projecto Novo Odeon, que não só mantém a valência de cinema, com a exibição de curtas metragens e eventualmente uma ligação ao Fantasporto, como lhe acrescenta outras actividades culturais capazes de cativar as gerações mais jovens.

"Numa primeira fase, a nossa ideia é que a actividade principal fosse só cinema, ao mesmo tempo que a cervejaria ali existente se poderia transformar num cyber-café, com venda de produtos ligados ao cinema", explica um dos promotores do projecto Novo Odeon, Paulo Ferrero."O edifício não necessita de grandes obras para poder voltar a funcionar", diz ainda, salientando que "as principais obras a promover passam pela remodelação da cobertura e do quadro eléctrico".

"A noção que temos é que falta à câmara uma opção para o Odeon. E o grupo de pessoas que reunimos, em que há gente ligada ao restauro e ao cinema, poderia gerar ali um polo cultural, capaz de dar um novo dinamismo àquela zona, associando-a quer ao Ateneu, quer às actividades comerciais ali instaladas", acrescenta Paulo Ferrero.

Para já, o edifício "continua à venda e há vários interessados", de acordo com Jean Charles Baudoin, da sociedade detentora do imóvel, integrado na zona classificada de protecção da Av. da Liberdade.

Se inicialmente - quando o edifício foi posto à venda pelos sócios da Parisiana - o preço pedido rondava os dois milhões de euros, recentemente já ascendia a três milhões.

Sobre as várias opções de reanimação do Odeon, o PÚBLICO tentou ouvir quer o Instituto Português do Património Arquitectónico - que tem de dar parecer sobre eventuais alterações no edifício - quer a vereadora da Cultura na Câmara de Lisboa, Maria Manuel Pinto Barbosa, mas, ao longo de uma semana, nem o instituto nem a autarquia responderam às questões colocadas. Infrutíferas foram também várias tentativas para conhecer com mais rigor as propostas de Filipe La Feria apresentadas ao presidente do município.